Ao menos 79 crianças morreram e cerca de 100 ficaram feridas desde que a invasão da Ucrânia por tropas da Rússia começou, em 24 de fevereiro, de acordo com um relatório divulgado neste sábado, 12, pela Promotoria ucraniana. Em discurso, poucas horas depois, o presidente Volodymyr Zelensky lamentou que “79 famílias perderam o que havia de mais valioso, mas ainda estão sendo forçadas a lutar”.
“Hoje e nunca mais novamente. Foram 79 crianças ucranianas. Foram 79 famílias ucranianas. Destruídas por esta guerra lamentável – a invasão da Rússia”, disse o presidente. “Elas foram forçadas a se levantar e sobreviver. E lutar. Lugar por um futuro que está acabado para essas crianças”.
A maioria das mortes incluídas no relatório, que não puderam ser verificadas por fontes independentes, ocorreu em ataques russos às principais cidades do país.
Neste sábado, o serviço de inteligência ucraniano acusou a Rússia de ter atirado em um comboio que retirava mulheres e crianças da vila de Peremoha, nos arredores de Kiev. O ataque teria matado sete pessoas, incluindo uma criança, de acordo com o governo ucraniano, citado pela agência de notícias Reuters.
“Durante os 16 dias de guerra na Ucrânia, 79 crianças já foram mortas e quase 100 ficaram feridas. A maioria das vítimas estava nas regiões de Kiev, Kharkiv, Donetsk, Sumy, Kherson e Zhitomir”, diz o relatório. De acordo com a promotoria, este número pode aumentar, porque não houve “oportunidade de inspecionar os locais de ataque, onde as forças armadas russas estão realizando suas atividades hostis”.
Até o momento, mais de 280 instituições de ensino foram atingidas nos ataques russos e nove ficaram completamente destruídas. A promotoria ressaltou que cerca de 7 milhões de crianças estão privadas da oportunidade de estudar por conta da guerra.
O número de vítimas é superior ao balanço feito pela Organização das Nações Unidas, que cita 42 crianças mortas e outras 54 feridas. Ao todo, entre crianças e adultos, já são 579 civis mortos, e outros 1.002 feridos.
“A maior parte dos registros de vítimas civis se dá pelo uso de armas explosivas com ampla área de impacto, incluindo artilharia pesada e sistemas de lançamento de foguetes, mísseis e ataques aéreos”, diz a organização em relatório.
Os números reais desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, no entanto, podem ser “consideravelmente maiores”, já que relatórios de autoridades locais costumam ser enviados com certo atraso.