Rússia interromperá as operações militares na Ucrânia “em um momento” se o país concordar com uma lista de exigências, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista a Reuters nesta segunda-feira (7).
A lista tem quatro itens:
- A Ucrânia tem que mudar a Constituição para conservar a neutralidade e excluir a filiação a qualquer bloco;
- Cessar a ação militar;
- Reconhecer a Crimeia como território russo; e
- Reconhecer as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como Estados independentes.
Peskov disse que a Ucrânia estava ciente das condições e que “eles foram avisados de que isso tudo pode parar em instantes”. Ele insistiu que a Rússia não tem a intenção de fazer reivindicações territoriais futuras e que a demanda por Kiev não é verdadeira.
“Nós estamos finalizando a desmilitarização da Ucrânia, e iremos terminar. Mas o ponto principal é que o país cesse a sua ação militar. Dessa forma, ninguém atira”, reforçou.
“Eles devem fazer emendas na constituição dizendo que rejeitarão a entrada em qualquer bloco”, disse Peskov em uma referência à entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Nós também falamos sobre como eles devem reconhecer a Crimeia como território russo e Donetsk e Lugansk como Estados independentes. É só isso. Então tudo acabará em um momento”, concluiu.
Não houve reação imediata da Ucrânia. O país foi atacado pelo norte, leste e sul, sofrendo bombardeios em diversas cidades, como Kiev e Kharkiv, além do porto de Mariupol. A invasão, que teve início no dia 24 de fevereiro, causou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e provocou indignação global, levando a sérias sanções sobre Moscou.