O presidente da Rússia, Vladimir Putin, supervisionou neste sábado (19) exercícios militares de mísseis estratégicos com capacidade nuclear, em meio a alertas dos EUA de que os soldados russos concentrados na fronteira com a Ucrânia estão “prontos para atacar” e ao aumento de tensão entre Kiev e separatistas pró-Rússia no Leste ucraniano.
O Kremlin disse que a Rússia testou, de forma bem-sucedida, mísseis hipersônicos e de cruzeiro em alvos terrestres e marinhos. Putin observou as manobras ao lado do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
As imagens foram divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia. Mostram o lançamento de um míssil balístico intercontinental Yars, um míssil de cruzeiro hipersônico Zircon e um míssil hipersônico de ataque terrestre Kinzhal em uma operação de teste neste sábado (19).
Enquanto os países do Ocidente temem o início de um dos piores conflitos desde a Guerra Fria, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que os exercícios com equipamentos com capacidade nuclear causavam preocupação enquanto as forças russas começavam “a se aproximar” da fronteira com seu ex-vizinho soviético.
— Quando se soma [à concentração de tropas] um exercício muito sofisticado com armas estratégicas nucleares, complica a situação no sentido de que pode haver um acidente ou um erro — disse em uma coletiva de imprensa durante visita à Lituânia, afirmando que a invasão da Ucrânia não era inevitável. — Esperamos que recuem da iminência do conflito.
Os exercícios deste sábado se seguem a uma série de manobras das Forças Armadas russas nos últimos quatro meses, que incluíram o posicionamento de soldados —estimados entre 150 mil e 190 mil — no Norte, Leste e Sul da Ucrânia.
A Rússia ordenou a concentração militar enquanto reivindica que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se comprometa a nunca permitir a entrada da Ucrânia na aliança, enquanto afirma que declarações de que planeja invadir a Ucrânia estão erradas e são perigosas.
Desde quarta-feira, Moscou vem anunciando o retorno às suas bases de tropas que já concluíram manobras militares na região, mas Washington e aliados afirmam que na verdade há um aumento no número de soldados russos na área.
O Globo